Rubens Júnior

Os motivos escusos do Dia Internacional da Mulher

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Preliminarmente, impende destacar a importância de perquirir as origens de festividades e datas comemorativas antes de celebrá-las, evitando-se a mera repetição de atos sem a devida análise crítica.

Embora se propague que o dia 08 de março destina-se a homenagear as mulheres, ressaltando força, empoderamento e isonomia de direitos, faz-se mister indagar a gênese do famigerado Dia Internacional da Mulher, sua autoria e finalidade.

A narrativa popular atribui a origem da data a uma suposta homenagem a 130 mulheres que teriam sido carbonizadas em incêndio ocorrido em uma fábrica em Nova York, no ano de 1857, em decorrência da repressão a uma greve.

Todavia, tal evento jamais ocorreu!

A referida falácia advém da confusão entre dois eventos verídicos ocorridos em Nova York, os quais, contudo, não guardam relação com a data supracitada:

I – Greve das Costureiras (22/11/1909 a 15/02/1910).

Também denominada Greve das 20 mil, consistiu na paralisação das trabalhadoras da indústria têxtil americana, reivindicando melhores condições laborais face às jornadas extenuantes e à baixa remuneração.

II – Incêndio na fábrica de tecidos Triangle Shirtwaist (25/03/1911).

O segundo fato que contribuiu para o mito refere-se ao incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em 1911, ocasionado por condições precárias, vitimando tanto homens (23) quanto mulheres (123), inexistindo vínculo com pautas exclusivamente feministas.

O movimento feminista teria distorcido os fatos, amalgamando os dois eventos para criar uma narrativa fictícia de incêndio doloso em 1857, sugerindo uma ação deliberada para eliminar mulheres grevistas.

Ressalte-se que nenhum dos eventos mencionados ocorreu no dia 08 de março.

Indaga-se, portanto, a origem da referida data.

Inicialmente, cumpre destacar que o primeiro Dia da Mulher ocorreu nos EUA em 28 de fevereiro de 1909, organizado pelo Partido Socialista da América em Nova York.

Nesse contexto, impende analisar a atuação de duas figuras históricas: Alexandra Kollontai e Clara Zetkin.

Clara Zetkin, líder do movimento feminista socialista alemão, propôs, em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de um dia internacional, celebrado pela primeira vez em 1911 em países como Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça.

Alexandra Kollontai, revolucionária comunista e membro do Partido Bolchevique, liderou manifestação em 08 de março de 1917, protestando contra a fome e a guerra. Posteriormente, foi fundamental para que Lênin oficializasse a data na URSS, destacando a participação feminina na revolução.

A proposta convergiu com os interesses de Lênin, que vislumbrou a oportunidade de incorporar a mão de obra feminina nas fábricas em substituição aos homens que estavam na guerra, enfraquecendo o núcleo familiar sob o pretexto de emancipação e liberdade, utilizando-as como massa de manobra.

Lênin oficializou o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias russas de 1917, popularizando-se a data em nações de regime comunista, como Rússia, Cuba, China, entre outros.

Nota-se que a celebração possui raízes estritamente vinculadas a regimes comunistas ou influenciados por tal ideologia.

Contexto atual

Em 08 de março de 1975, a ONU oficializou a data como Dia Internacional da Mulher, consolidando-a como símbolo de protesto e luta por igualdade.

Sistematização cronológica

· 1909 – Primeiro Dia da Mulher nos EUA (28 de fevereiro), organizado pelo Partido Socialista da América;

· 1911 – Primeiro Dia Internacional da Mulher celebrado na Europa, por iniciativa de Clara Zetkin;

· 1917 – Protestos na Rússia em 08 de março, culminando na oficialização da data por Lênin na União Soviética.

A gênese remonta a 1911 com Clara Zetkin, fixando-se em 08 de março apenas em 1917, no contexto da Revolução Russa.

Conclusão:

O Dia Internacional da Mulher constitui data forjada por militância revolucionária, com o intuito de fortalecer narrativas feministas, fomentar o antagonismo entre os sexos e desestabilizar as bases familiares.

Trata-se, pois, de efeméride de cunho comunista, desprovida de razão para comemoração.



FONTE: A matéria foi baseada em artigos da internet e no livro “Feminismo, perversão e subversão.”

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